ENTREVISTAS

Modus Operandi: Uma conversa com Mabê Bonafé e Carol Moreira, as apresentadoras do podcast de true crime mais popular do Spotify, agora também no Globoplay

Por Clara Jardim

Publicado em 19 de novembro de 2021

Elas são as rainhas do crime. Com vocês, Mabê Bonafé e Carol Moreira, as apresentadoras do podcast Modus Operandi, que já é fenômeno em plataformas de áudio como o Spotify e que, agora, também está no catálogo do Globoplay!

Nos episódios, serial killersspree killersmass murderers e demais assassinos que fizeram barulho na imprensa têm a sua história contada por elas desde o começo, com roteiros completos que nunca deixam de abordar o contexto dos envolvidos antes do crime ter sido cometido. Diferentes pontos de vista e questões paralelas são trazidas à tona, propondo reflexões aos ouvintes enquanto dicas de livros (com cupons de desconto!) se aliam à narrativa.

De quebra, há o bom-humor das duas – um alto astral mais que garantido, e que nos ganha com facilidade.

Carol Moreira e Mabê Bonafé
Foto: Divulgação / Reprodução

Mas quem são elas? Mabê Bonafé é escritora, roteirista, publicitária e especialista em redes sociais. Claro, ela também é responsável pelo sucesso do Modus Operandi no Instagram e Twitter. Carol Moreira é formada em cinema, Youtuber que fala sobre filmes e séries, e que já apresentou prêmios como o Emmy, entrevistando estrelas de Hollywood.

Juntas, elas também preparam um livro sobre True Crime, e foram parar na Netflix! Isso mesmo… No canal do streaming no Youtube, as duas comentam e trazem atualizações sobre casos abordados por filmes e séries do catálogo na minissérie Além do Crime.

E a Uma Revista conversou com elas sobre assassinatos, livros e até canecas favoritas

Clara Jardim: O Modus Operandi já é um podcast de sucesso há tempos, mas tem apenas 1 ano e nove meses de atividade. Como vocês explicam isso? Estamos falando de um produto feito especialmente para ouvintes e, embora tenha um canal no Youtube para episódios com convidados especiais, não se trata de um produto tipicamente audiovisual.

Mabê Bonafé: Foi uma mistura de várias coisas. Audiência que já vinha de outros trabalhos mais o fato de tratar de um conteúdo que está em alta nos últimos anos. Para muitos, o Caso Evandro foi uma porta de entrada para podcasts aqui no Brasil, e mostrou que havia um público interessado em ouvir sobre esses temas. Nos últimos anos, o true crime tem estado cada vez mais em alta, com uma grande produção de conteúdos nacionais e internacionais; e a gente iniciou o projeto em um momento muito legal.

Clara: É muito bacana vocês intercalarem episódios sobre crimes pesadíssimos com os episódios de Casos Bizarros e FAQs. São produções mais leves, e ambas dialogam com os ouvintes por meio de e-mails. Quantas mensagens vocês chegam a receber por semana? Qual foi a mais peculiar que já leram?

Mabê: A gente recebe muita mensagem, é incrível. As pessoas gostam de sugerir casos, fazer perguntas e também contar suas próprias experiências. O caso mais peculiar acho que foi de um ouvinte cujo pai era vizinho do Maníaco do Parque, e ele que ajudou nos trâmites quando foram enterrar o corpo. Tem até os documentos dele…

Clara: Como tem sido a experiência no Catarse*? O Modus já virou uma comunidade, né?

Mabê: Tem sido uma experiência única conversar com os catarsers, ainda mais agora que a gente expandiu as recompensas e que dá pra acompanhar a gente gravando, entre outras coisas. As lives são divertidas porque sempre termina em fofoca.

*Catarse: trata-se de um espaço para realizadores e apoiadores que desejam viabilizar financeiramente determinados projetos.

Clara: Quanto ao livro do Modus, alguma coisa que já possam compartilhar?

Mabê: Olha, a gente não tem muito ainda para contar… Mas algo que podemos falar é que tem casos inéditos.

Clara: No comecinho de um episódio, vocês contaram aos ouvintes que haviam terminado de escrever o livro do Modus. E, com muito humor, revelaram que não romperam a amizade mesmo tendo DRs ao longo do processo por pensarem muito diferente. Com ou sem DR, a química de vocês duas no programa é sensacional. Como lidam com as diferenças e mantêm essa energia tão boa?

Mabê: O processo de escrita do livro em duas pessoas já não é fácil. No meio de uma pandemia, também não ajudou muito. A gente tem formas muito diferentes de trabalhar, então, isso pegou bastante por ser um projeto a longo prazo. Foi intenso (risos)! Já no podcast, a gente nunca teve nenhum problema, só discordamos de algumas coisas, mas cada uma tem o seu papel. E se uma precisa, a outra ajuda. É bem sussa! Acho que o que ajuda a manter a energia é a gente gostar muito de fazer isso tudo, então rola um amor mesmo. Mas a gente achou legal falar a verdade para o público, sabe? Nem tudo são flores (risos)!

Clara: Muita gente que não gosta de True Crime o considera um gênero esquisitíssimo, mas é fato que nenhum outro gênero nos traz tantos conhecimentos aleatórios nas áreas policial, jurídica, psicológica e até anatômica. Vocês poderiam revelar alguma coisa que sabem como operanders e que não sabiam antes?

Mabê: Olha, posso falar que eu não entendia muito bem como era o trabalho de investigação de uma cena de crime. A gente assiste a muitos filmes, séries, mas as coisas não são exatamente assim. Existe uma cadeia de ações que precisam ser respeitadas para que tudo ocorra bem. Ter estudado isso de uma forma mais profunda me faz enxergar diferente os casos e todas as dificuldades e burocracias com as quais os envolvidos precisam lidar.

Carol Moreira: Eu me envolvi muito na parte jurídica! Sempre gostei mais de psicologia e, depois do podcast, eu me descobri muito curiosa com os trâmites de julgamento e tudo mais!

Clara: Com os dois superepisódios do caso OJ Simpson, vocês fizeram um piloto para histórias mais longas, que continuam na semana seguinte. Existe a ideia de contar um caso em formato minissérie dentro do próprio Modus?

Mabê: Sim! A gente amou fazer o caso do OJ, e até resolvemos trazer casos maiores depois disso. Temos ideias de algumas minisséries, mas ainda estamos definindo.

8. Algum item favorito da lojinha do Modus?

Carol: A minha é a camiseta da fita cinza (risos)! As que eu tenho já estão até mais velhas do que as outras (risos)! E óbvio, as canecas e caderninhos eu já uso no dia a dia!

Mabê: Ah, a camiseta do polígrafo é tudo, adoramos ver as pessoas vestidas de Modus!