REPORTAGEM

Lançada na Bienal do Livro Rio, a obra As Aventuras de Aduke auxilia professores a trabalharem geografia, história, identidade e empatia com alunos

Por Clara Jardim

Lançado na Bienal do Livro Rio, As Aventuras de Aduke – Origens, da autora carioca Eliane Benício, tem conquistado crianças e adultos com descobertas que inspiram a busca pelo conhecimento e a valorização de diferentes culturas.

“Aduke é uma menina que descobre ter antepassados africanos. Foi em uma bela noite, enquanto a mãe a colocava para dormir. Animada com as descobertas, ela mal pega no sono, esperando compartilhar as novidades com os colegas da escola na manhã seguinte. Todos, inclusive a professora, gostam de ouvir. Compartilham diferentes origens, culturas, e a aula termina na biblioteca da escola, diante de um mapa-múndi”, narra a autora. “Com Aduke, pais e professores podem trabalhar questões de geografia, história, identidade e empatia.”

Recentemente, Eliane também foi convidada a apresentar a obra no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, o Muhcab, na Gamboa, no Rio de Janeiro. (Foto: Divulgação)

Eliane é jornalista, e esta é a sua primeira história literária.

O projeto do livro começou há cerca de quatro anos, quando Eliane trabalhava na TV Escola. “Entrevistei a também jornalista e escritora Isa Colli, dona da Colli Books Editora, sobre um dos seus livros. Desde então, mantivemos o contato. Tempos depois, ela me disse que gostaria de publicar uma história minha, e me desafiou a escrever. Esse convite surgiu meses antes do anúncio da pandemia, e foi no período de isolamento social que a ideia, de fato, surgiu enquanto eu arrumava gavetas, revia fotografias da infância e reativava memórias. As lembranças me inspiraram, e a história que eu não me achava capaz de escrever brotou em um dia.”

“Tornar-me escritora nunca foi um objetivo, sequer imaginava essa possibilidade. A oportunidade surgiu por acaso e, despretensiosamente, eu me vi autora”, explica.

Desde o lançamento, Eliane conta ter sido abordada por pessoas de todas as idades, interessadas no tema do livro e ansiosas por folheá-lo. “Os adultos gostam do fato de a personagem central ser negra. Me acham parecida com ela, inclusive. Também, gostam do fato de ter uma estudante PCD na turma da história”, comenta. “Em relação às crianças, eu sempre começo a conversa perguntando se elas gostam de ler ou de ouvir histórias. A maioria diz que sim. Algumas são rápidas no contato, outras me contam as suas próprias aventuras. Na Bienal, foi curiosa a abordagem de várias crianças querendo apenas autógrafos, em qualquer pedaço de papel. Atendi todos os pedidos, feliz só com o fato de elas estarem naquele ambiente sadio, em contato com a literatura.

Para a autora, o processo de apresentar a história fica mais fácil com as ilustrações cuidadosas e caprichadas de Ilana Polakiewicz. “Ela pesquisou elementos das culturas africana, italiana e chinesa, referentes a algumas personagens, e ilustrou as páginas combinando desenhos livres e colagens. A editora foi muito feliz na escolha da Ilana para esse texto.”

Depois de Aduke, Eliane pretende continuar trabalhando com literatura. “Para uma escritora amadurecer, existe uma longa estrada, a qual eu quero continuar percorrendo.”

O livro está disponível no site da Colli Books Editora e, também, em lojas de departamento online, como a Amazon.