REPORTAGEM

Envelhecimento inteligente: como o mercado estético está se adaptando à tendência de envelhecer com qualidade em vez de mascarar (e desumanizar) o amadurecimento natural?

Por Clara Jardim

Cada vez mais, os estereótipos ligados à mulher madura estão caindo por terra, e não há como falar disso sem exemplificar com alguma figura pública que represente essa mudança – vamos de Monica Bellucci? A musa do cinema europeu desconsertou o velho paradigma de que a sensualidade pertence à juventude quando, aos 50 anos, viveu a Bond Girl Lucia Sciarra, uma viúva que exala segredos e feminilidade em Spectre (2015). Fora das telas, a atriz já vinha se posicionando de maneira leve e libertadora a respeito do amadurecimento, além de ter demonstrado, ao longo dos anos, não se importar nenhum pouco com a ditadura da magreza.

Hoje com 60 anos, Monica segue. Ora estampando capas de revistas, ora desfilando no tapete vermelho de estreias e premiações, e ela não está sozinha quando o assunto é amadurecer com autenticidade diante dos olhos do público e da mídia. Entre outros nomes, a atriz inglesa Kate Winslet também desafia a desumanização do amadurecimento, questionando quando a classificam como corajosa por não usar maquiagem em cena: “As pessoas me dizem: ‘Você foi tão corajosa nesse papel. Você não usou maquiagem, tinha rugas!’ Nós dizemos aos homens: ‘Você foi tão corajoso para esse papel, você deixou a barba crescer’? Não, nós não dizemos! Não é coragem, é interpretar o papel.”

Mas uma abordagem subversiva não significa que essas mulheres não estejam ligadas na tecnologia estética, pelo contrário. Apenas optaram por uma abordagem que combina de maneira inteligente os recursos disponíveis com o respeito por sua idade real.

Como o mercado estético está se adaptando à tendência de envelhecer com qualidade em vez de mascarar (e desumanizar) o amadurecimento natural?

Foto: Nico Bustos

Quando o assunto é envelhecimento saudável, os cuidados com a pele são imprescindíveis. Entre as tendências do mercado estético atualmente, estão “os bioestimuladores de colágeno, a radiofrequência, o microagulhamento e peelings químicos que recuperam funções celulares, fazendo com que estas possam exercer suas funções de forma plena, deixando a pele rejuvenescida de forma natural, respeitando o biotipo, as características e a individualidade de cada pessoa”, explica Vanessa Manique, esteticista especializada em Estética Regenerativa, pós-graduada em Estética Injetável e docente na pós-graduação de Biomedicina Estética do Centro Integrado em Saúde (CIS). Ela destaca que os tratamentos estéticos podem estar associados ao uso de uma suplementação específica – “o colágeno oral, em cápsulas ou sachê pode ter resultados fantásticos se usados com orientação profissional”.

E o autocuidado, claro, começa na prevenção.

Por Clara Jardim
Vanessa Manique
(Fotos: Acervo pessoal)

“Escolhas preventivas de autocuidado resultam em um envelhecimento com beleza e qualidade de vida”, afirma a profissional. “Pouco tempo atrás, acreditava-se que a genética era determinante para esse processo (de envelhecimento), tal como acontecia com as nossas mães. Mas, com o avanço da tecnologia e da informação, compreendeu-se que o estilo de vida, como o sono, a alimentação, a atividade física, terapias e tratamentos estéticos, entre outros fatores, além da epigenética, contribuem muito para que a idade cronológica e a idade biológica estejam em equilíbrio, traduzindo-nos em saúde, beleza, bem-estar e longevidade.”

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