ENTREVISTAS

Demian Maia: O lutador brasileiro com o maior número de vitórias no UFC fala sobre o documentário Arqueologia da Luta, a escola de Jiu Jitsu e o que é preciso para fazer história

Por Clara Jardim

Publicado em março de 2021

Combates. Seja em rituais pré-históricos ou em um octógono do século XXI, eles oferecem os juízos mais óticos, estampados na pele de um jeito que não vemos no futebol, por exemplo. Na concepção do matemático John Von Neumann, partidas em que o êxito de um competidor é proporcional à derrota de outro são chamadas de soma zero; no entanto, perder apanhando em público e no pay-per-view talvez fuja à Teoria dos Jogos, deslizando o quociente, de vez, para os números negativos. No fluxo de camps, perdas de peso, suturas e estrangulamentos, lutadores podem ser classificados como lenda, o oposto ou ambos no mesmo ano, e são poucos os que conseguem permanecer no jogo. Para cada vitória, um quebra-cabeça de estratégias, logística, patrocínios e altas doses de controle emocional – mas lutar já foi um pouco mais “simples”; na Antiguidade, muitos campeonatos terminavam em óbito, e ponto. Curiosamente, a história da luta se amplia na linha do tempo reversa, perpassa os ensinamentos de Platão e define o poder de governantes. Quando, enfim, começa?

O documentário Arqueologia da Luta – lançado pelo canal Combate, UFC e Academia de Filmes – tem as respostas. Quem investiga os registros mais remotos do ofício em três continentes é ele, o lutador brasileiro com o maior número de vitórias no UFC, e atual vencedor do World MMA Awards de Finalização do Ano. Em entrevista à Uma Revista, Demian Maia fala sobre as gravações do filme, a escola de Jiu Jitsu e, claro, compartilha mais da sua carreira, tão sólida, em um esporte de provação extrema.

Fotos: Flavio Scorsato

Nascido em 1977 na cidade de São Paulo, o meio-médio é, definitivamente, uma lenda do esporte. Teve contato com Judô, Karatê e Kung-Fu ainda nos tempos de escola, mas só iniciou na arte suave aos dezenove anos. Em menos de cinco, já era faixa preta. Conquistou dois títulos mundiais, três de Copa do Mundo, um pan-americano, dois norte-americanos, um brasileiro e sete estaduais – além do título no Abu Dhabi Combat Club. Enquanto isso, também se formou em jornalismo, atividade que exerce nas entrevistas do seu canal no Youtube, no Spotify e em especiais como o documentário Arqueologia da Luta. Quatorze anos depois da sua estreia no UFC, o grappler de finalização agora começa um novo capítulo: a Escola Demian Maia, e pretende expandi-la para outros estados brasileiros.

Clara Jardim: Em algum momento, todo mundo vai perder. Mas alguns atletas perdem e não conseguem superar; a carreira acaba. Ao passar pela sua primeira derrota, o que foi mais importante para seguir em frente e chegar a esse recorde dentro do UFC?

Demian Maia: Derrota faz parte. E não necessariamente você terá uma na frente de todo mundo como em uma luta, que são as mais doloridas. Mas você tem pequenas derrotas, assim como vitórias, no seu dia a dia; não só no treino, em todas as situações da vida. Às vezes, sofro uma derrota que não é na luta, mas quando quero impor uma técnica minha que está muito boa, e a outra pessoa consegue defender. Isso, para mim, é uma derrota. Outro dia, eu estava treinando com meu amigo um ataque de costas que faço muito bem, mas não conseguia fazer com ele. Passei algumas semanas tentando desvendar aquilo, pensando em como eu ia resolver aquele problema. Levei para alunos meus, fizemos treinos técnicos baseados naquilo; voltava a treinar com meu amigo e não conseguia. Até o dia em que eu melhorei aquela situação, mas foi uma sequência de derrotas até eu conseguir, enfim, a superação. Então, a primeira coisa é saber que a derrota não é prejudicial, ela faz parte do processo. E todo mundo já tem isso na vida, em todas as coisas. No MMA, eu estava invicto há onze lutas; nunca tinha perdido e finalizava todas. Daí você vai e perde? É lógico que é muito duro. O trauma é grande porque você está fazendo aquilo na frente de milhões de pessoas, e não a sós. “Será que eu sou bom mesmo?” Você se questiona. Nesse momento, tem que usar toda aquela experiência anterior para não sucumbir. Eu já vinha de uma experiência muito grande no Jiu Jitsu; havia ganhado e perdido. Fui aprendendo a lidar com isso por patamares, até começar a lutar para milhares de pessoas e, no caso da TV, milhões. Às vezes, vejo meninos e meninas da academia que ganham de todo mundo no treino, estão indo muito bem; lutam em um campeonato, só ganham, e não aprendem a lidar com a derrota. Aqui, tivemos um menino que ganhava de todo mundo, então perdeu uma luta. Foi bem, mas perdeu normal. E nunca mais quis competir na vida dele porque não conseguiu lidar com a derrota. Isso é o que me deixa mais triste: quando vejo um aluno da escola que quer e gosta de competir, mas perde e não quer voltar nunca mais. É como se nós, enquanto escola de Jiu Jitsu, não tivéssemos cumprido o objetivo de ensinar o aluno que a competição é um meio de evolução, não um fim. Não é “eu tenho que ser campeão”, mas, “se eu for campeão, será uma consequência da minha evolução”. Quando não conseguimos fazer a pessoa entender isso, acho que a gente falhou. Ela tem uma dor tão grande que não consegue voltar; a única coisa que interessava era o resultado.

Clara Jardim: Muitas pessoas têm medo do que os outros vão pensar se elas perderem, né? Como você perdeu esse medo de se expor?

Demian Maia: Acho que isso tudo é um trabalho com o seu ego. Todos têm vaidade, mas você não pode deixar ela te travar. Tem uma coisa que a gente chama de congelar na luta – o freezing. É um cara que vai muito bem na academia, mas ele tem uma vaidade tão grande que congela de tanto medo do que vai parecer para os outros. Na luta, isso é muito forte. Não é como perder em um jogo de tênis, você vai tomar porrada. Tem que ter isso muito bem trabalhado. Como você trabalha? Primeiro, tomando consciência. E tem que ligar um pouco o foda-se, entendeu? Tem que ir lá, focar no que tem que fazer, no seu trabalho, e não pensar. Nas primeiras lutas, eu tinha um manager, meu amigo Paulo Vasconcelos, que me colocou no UFC. E ele me falava: “Imagina que isso tudo é um grande teatro, é um circo e as pessoas estão aqui. Esquece delas! Imagina que você está na academia lutando.” E é verdade. A gente se acha muito importante, como se o fato de perder ou ganhar fosse mudar tudo. Mas, cinco minutos depois da luta, as pessoas que estavam assistindo ali ou pela TV nem lembram do que aconteceu. Você tem que se dar um pouco menos de importância e ligar menos para o que as pessoas vão pensar. Se quer ser um atleta, tem que trabalhar nisso. Se for muito preocupado com o que os outros pensam, não consegue se desenvolver.

Clara Jardim: Sobre o processo de evolução, você fala que herdou do seu avô a vontade de estar sempre aprendendo coisas novas…

Demian Maia: É, sim. Acho que ele passou isso para a gente. Meu avô veio do interior, sem pai nem mãe. Começou a trabalhar muito cedo, e sempre teve esse prazer por aprender. É uma coisa que eu percebi depois de muitos anos. Comecei a me perguntar por que eu continuava treinando Jiu Jitsu, e com prazer. Hoje mesmo, um amigo fez essa pergunta. O que me motiva a continuar depois de tanto tempo? Eu sempre respondo que é o negócio de aprender, de estar evoluindo. Nesse esporte, sempre há um detalhe a mais, um ângulo diferente. Você descobre e testa. É igual a um método científico que vai sendo testado; dá errado, então mudamos alguma coisa. Já me perguntei de onde vem essa vontade de aprender… Lógico, eu tive estímulos os professores dos lugares onde estudei me ajudaram. Mas acho que isso vem, também, do exemplo que tive do meu avô, um ídolo meu.

Clara Jardim: E por que concentrou a sua vontade de aprender no Jiu Jitsu?

Demian Maia: Várias coisas. Uma delas é que eu sempre gostei de fazer atividade física correr, jogar bola. Era natural, um estímulo de criança. Minha mãe nos colocou na Natação, no Judô… E meu pai também gostava de fazer um monte de coisas quando era mais novo. Ele se separou cedo da minha mãe, então, quando vinha nos buscar para irmos a um parque, jogava bola com a gente. A diversão era essa; e a atividade física sempre me deu muito prazer. Isso se juntou ao elemento de querer aprender a me defender. Todo garoto assiste a um filme com o cara que é o herói. Na minha época, havia o Van Damme. E eu queria saber lutar e me defender se precisasse. A vontade de conhecer uma defesa pessoal se uniu à atividade física e ao gosto por aprender.

Clara Jardim: Você mudou depois de começar a treinar?

Demian Maia: Comecei a treinar Judô quando era criança e parei. Com doze anos, quis treinar luta de novo e, até essa idade, eu era um pouco esquentado. Era mais fácil brigar, esse tipo de coisa. Então, dois fatores foram importantes: a autoconfiança e os professores. Porque a criança sabe que tem a capacidade tanto de se defender quanto de atacar – e isso dá uma segurança muito grande. Ela não ataca mais. Tenho um amigo que treina cachorros de guarda, e ele me fala que o melhor cachorro para guarda é aquele tranquilo, que só ataca na hora certa. Já os cachorros que mordem à toa são chamados de mordedores de medo. São cachorros inseguros. Sabe quando você vai à casa de uma pessoa e ela avisa que o cachorro é perigoso? Ele morde porque tem medo, e isso é muito nítido no meio da luta. Você vê que as pessoas inseguras têm mais tendência a agredir, tanto física quanto verbalmente. Outro ponto foi aprender com professores que tinham a filosofia de arte marcial de não violência. Pessoas me ensinando o que era correto e o que não era. Treinar para aprender a se defender mesmo, e nunca agredir uma pessoa ou fazer uma covardia com quem não sabe lutar. Você tem a parte moral e ética de não se permitir usar o poder que tem para se impor. Sempre tentar resolver de outra maneira, e evitar ao máximo chegar numa situação de agressão. Isso já muda. Pelo menos para mim, mudou. Eu era uma criança um pouco agressiva e me transformei de repente fiquei mais tranquilo e nunca mais briguei.

Clara Jardim: Nessa época, sua família passava por dificuldades financeiras… Como isso moldou você?

Demian Maia: Isso mesmo. Um pouco depois disso, tivemos de sair de casa, e foi uma fase mais difícil. Mas eu acredito que, se não for traumatizar você de uma maneira muito forte, todas as dificuldades são boas. Vão te fortalecendo. É igual musculação, né? Você faz um pouquinho todos os dias. Vai estressando o seu músculo, e ele reage ficando melhor. Existe uma teoria que se chama Hormese – sempre que você tiver um pequeno estressor, o seu corpo e sua mente reagem ficando mais fortes. Hoje, vejo isso como uma coisa positiva. Talvez, eu não teria tido sucesso como atleta se não fosse o estresse e as dificuldades na adolescência. E isso é o que acontece quando a pessoa começa a treinar Jiu Jitsu, pois ela passa por dificuldades no treino.

Clara Jardim: O aluno está amadurecendo dentro do treino, e não correndo risco em outras situações… 

Demian Maia: Exato. Quando você passa por uma perda muito grande como alguém que você gosta – tanto uma perda física quanto o término de um relacionamento –, essa perda, em geral, amadurece você. Se não for algo muito traumático, as pessoas ficam mais maduras e, entre aspas, até melhores. A luta dá a oportunidade de fazer isso de uma forma mais tranquila. Todos os dias, você vai lidar com o seu ego e a vaidade. Vai perder e ganhar; lidar com vitórias e derrotas. Vai tentar fazer algo com todo o seu esforço e não conseguir. Vai lidar com a frustração. Acho que todas as ferramentas que a gente desenvolve para lidar com isso também nos amadurecem, e o Jiu Jitsu tem esse poder. Ninguém vai ser melhor ou pior porque treina, mas acho que, se tiver inteligência, você amadurece mais e consegue usar isso a seu favor.

Clara Jardim: No filme Arqueologia da Luta, você apresenta uma busca histórica em três continentes. Como foi essa experiência?

Demian Maia: Foi muito legal. Na verdade, eu já havia feito o documentário sobre a minha história com o Canal Combate, que é o Nascidos para o Combate. Depois, recebi uma proposta do pessoal da Academia de Filmes, uma produtora de São Paulo. Queriam fazer um documentário para descobrir o registro mais antigo de luta ritualizada. Luta como violência sempre existiu, né? E os animais brigam entre eles. Mas o objetivo era descobrir quando foi que o ser humano inseriu a luta em uma festa religiosa ou a praticou por esporte e diversão com regras, para ninguém morrer (risos). E eu me interessei muito porque adoro história. Também, pelo Marcos Jorge, que já fez outros filmes grandes e é apaixonado por arqueologia. Mapeamos o itinerário na China, Egito e Grécia. Por um problema de logística, ficamos com Egito e Grécia, e terminamos na Serra da Capivara, no Piauí. E foi muito legal porque eu pude estudar o projeto. Eles me davam um roteiro, mas muitas perguntas era eu que desenvolvia na hora, por curiosidade. Foi demais, viajamos com uma equipe grande. Na Grécia, foi lindo; e o Egito é impressionante. Um pouco mais complicado por questões de segurança… Antes de irmos ao Cairo, fomos de Luxor para Minia, o tempo inteiro escoltados por gente do exército com metralhadoras. O nosso produtor explicou que passaríamos pelo deserto, e não podíamos ir à noite de jeito nenhum. Porque é perigoso, pode haver terroristas. A gente saiu pela manhã para uma viagem de cinco horas, e não aconteceu nada, mas você sentia que havia tensão no ar. A cada tantos quilômetros, parávamos em um check point na estrada, tipo um pedágio. E inspecionavam o carro com espelhos por baixo para ver se não havia bombas. Fora isso, o Egito é muito impressionante. Você vai a lugares que têm milhares de anos, coisas que a gente não vê no Brasil. Já fui para mais de trinta países na minha vida, e só havia visto coisas tão antigas na China. Na Europa, você encontra construções do ano novecentos, por exemplo. Mas de milhares de anos atrás como no Egito? Isso nos faz refletir. Nós que nascemos na América não estamos acostumados a ver coisas tão antigas. E foi uma experiência que eu vou guardar para o resto da vida: as histórias da Grécia, do Egito, e o carinho pelas pessoas. Tive a felicidade de conhecer a maioria dos lugares, não como turista, mas como uma pessoa que está com os locais; por isso, vi coisas muito diferentes no mundo inteiro. E gravamos em lugares aos quais o turista não tem acesso. O Museu de Atenas, fechado só para nós. Pudemos andar pelo museu inteiro e entrevistar o curador; filmar na Acrópole enquanto o dia ainda estava clareando. São imagens que vão ficar na minha memória. E finalizando no Brasil, que também foi demais. A Serra da Capivara, um lugar pouco conhecido pelos brasileiros, é o maior parque de pinturas rupestres do mundo; um cenário muito bonito e diferente.

Clara Jardim: Na Grécia, o documentário revela que o Pancrácio era um tipo de combate também aprendido por mulheres em Esparta. Vamos falar um pouco sobre elas na luta. Você defende que todo mundo deveria aprender Jiu Jitsu, mas as mulheres principalmente. Por quê? E o que se aprende em uma aula de Defesa Pessoal?

Demian Maia: Inclusive, tenho a sorte de ter a Márcia Sousa no grupo de professores da escola, e começamos a desenvolver um curso de Defesa Pessoal baseada no Jiu Jitsu. É parecido com a aula normal, mas ensinando coisas específicas. Se o agressor vai agarrar, abraçar a força, pela frente, por trás, agarre de punho, de cabelo e, obviamente, se cair no chão, como conseguir se defender e ficar em pé. O Jiu Jitsu é realmente muito eficiente; funciona. Por isso que falo, pois já vi mulheres ganhando de homens. Um homem tem que saber Jiu Jitsu para ganhar de uma mulher; ele não conseguirá ganhar na força. Você pode treinar Boxe ou Muay Thai, que são artes eficientes, mas a força faz muita diferença. Às vezes, o cara não sabe lutar um Boxe bom, mas tem um soco forte. Se ele der um soco em uma mulher, vai acabar conseguindo agredir. Não no Jiu Jitsu, pois não é apenas baseado em uso de força, mas em como você amplia a força em certos posicionamentos. Então, vemos pessoas menores ganhando das maiores. Isso eu vi a vida inteira. Vi o Leozinho, que foi meu professor, de 70kg, ganhar de pessoas de 140kg – caras faixa preta em campeonatos; não eram leigos. Então, eu acredito que saber treinar ou ter essas noções básicas muda muito a segurança de uma mulher. Meu sócio e eu estávamos conversando sobre isso… Infelizmente, como a mulher tem uma vulnerabilidade um pouco maior para agressões, às vezes, vira uma prisão. Porque eu sei que, se eu sair andando na rua à noite, vou me sentir mais seguro do que uma mulher. Isso é muito triste. A mulher anda mais preocupada que aconteça alguma coisa, que alguém a ataque. Então, se você tiver uma ferramenta que funciona, não é que vai virar a Mulher Maravilha… Mas não será fácil para uma pessoa agredi-la. E isso vai mudar completamente a noção de segurança dessa mulher.

Clara Jardim: Quanto à história do Jiu Jitsu Brasileiro, como surgiu a ideia da exposição?

Demian Maia: Sempre gostei muito dessa parte histórica. Já li tudo o que há sobre o Jiu Jitsu Brasileiro e acho triste que ele não seja tão conhecido como culturalmente nosso, mas como uma arte que veio do Japão e tal. O mundo inteiro conhece como Brazilian Jiu Jitsu… Mas por quê? Porque foi desenvolvido aqui, a partir de um Jiu Jitsu japonês, lá atrás. O Rorion Gracie tem o Museu Gracie na Califórnia. O Pedrinho Valente também tem um pequeno museu em Miami. E a gente fez uma coisa menor que, até onde eu saiba, não existe aqui no Brasil. É uma exposição muito legal na escola que quero ampliar. Há três eixos: história, arte e cultura. A exposição vai contando essa história pela linha do tempo – influências culturais, lutas e lutadores mais importantes, até chegar aos dias atuais.

Clara Jardim: A primeira Escola Demian Maia foi inaugurada há alguns meses, na Vila Leopoldina, em São Paulo. Como foi a transição de carreira para focar em um novo negócio?

Demian Maia: Ainda está sendo uma transição. Por exemplo, eu dou muitos seminários fora do Brasil e, com a pandemia, deu uma travada. Mas já tem gente me pedindo para ir a alguns países. Eu cancelei doze seminários que aconteceriam na Austrália agora em março. Mas a escola é um desafio com o qual eu estou muito empolgado. Tenho alguns sócios e pensamos em criar uma escola para expandir, fazer uma rede. Esse desafio me empolgou, sabe? Porque eu sempre tive essa ideia de missão: levar o Jiu Jitsu para o maior número de pessoas. Quando falamos de business, também entra aquela competitividade do atleta, né? De querer vencer em outra área. Acho que você conseguir ir bem em uma área é muito bom, mas replicar e transpor isso para outras áreas é o desafio agora, e vamos ver se eu consigo. Porque vai ser muito, muito legal. É uma nova fase da minha vida. A escola é totalmente focada no Jiu Jitsu; temos para iniciante, intermediário, avançado; aulas exclusivas para mulher, para criança, para adolescente; Jiu jitsu para MMA, Jiu jitsu sem kimono. O que você quiser, tem. Eu falo para os meus professores e quem trabalha na recepção que a gente presta um serviço. Temos um produto muito fácil de vender, no qual todo mundo acredita, que é divertido e muda a vida das pessoas. Então, a gente tem um superproduto. O que precisamos fazer é prestar o nosso serviço da melhor forma possível. Cuidar do aluno; fazer ele se divertir, sair daqui bem e querendo voltar – essa é a pegada.